O mercado de aviação promete fortes emoções nos próximos meses. O embate estará mais uma vez na difícil equação custo x qualidade, além dos subsídios ainda pouco claros para a aviação regional e de passos duvidosos da Gol. Então vamos lá:
1. Subsídios para a aviação regional: o governo para incentivar o modal aéreo nos deslocamentos pelo país mais uma vez optou pelo assistencialismo, em vez de dotar as empresas de capacidade técnica, as cidades de infra estrutura e estimular a concorrência; prefiriu onerar o contribuinte, pois no final, se eu pago uma passagem mais barata, o restante saiu indiretamente pelos impostos pagos. Sem contar que a longo prazo o governo criará uma distinção de mercado, beneficiando algumas empresas, diminuindo a concorrência e até contribuindo com a falência das não enquadradas no benefício. Exemplo: a Azul receberá largos incentivos por manter rotas regionais, mas também a empresa atua no mercado nacional concorrendo com as demais (TAM, Avianca e Gol) que não possuem rotas regionais. Isso é legal? O que as concorrentes estão pensando sobre isso?
2. Mais automação nos aeroportos: a partir do segundo semestre deste ano, a exemplo do que vem acontencendo em alguns aeroportos europeus, o próprio passageio passará a despachar a própria bagagem. No aeroporto de Guarulhos, novos terminais de autoatendimento vão permitir que o passageiro imprima sua própria etiqueta de bagagem, além das funcionalidades que já existem, como fazer check-in e emitir o cartão de embarque. O serviço, inédito no país, começa a funcionar a partir de agosto para companhias nacionais e internacionais. A intenção é reduzir filas e tempo gasto durante o check-in. O custo será dividido entre a concessionária e as empresas aéreas. Assim, serão 100 totens, compartilhados entre todas as companhias, que ficarão espalhados em "ilhas" ao longo dos terminais 1 e 2. Isso significa menos custos de pessoal.
3. Gol na República Dominicana: os passos dados pela Gol Linhas Aéreas continuam ainda difíceis de entender. As estratégias da companhia mudam de forma bastante singular, mas esperamos que deem certo e a companhia encontre o rumo do crescimento novamente. Neste momento, a companhia esta preparando um passo audacioso em sua história, abrir uma operação na República Dominicana. Como assim? Mas e aquele prejuízo? E o mercado nacional? E as rotas internacionais para Miami e Orlando? Bem, coisas da Gol. Após a compra da Varig e o encerramentos das operação da Webjet até que não é uma notícia tão estranha. De acordo com a reportagem, a ideia é montar uma frota de sete aeronaves com voos para América Central e Estados Unidos. Na semana passada, a República Dominicana aprovou alterações na legislação aeronáutica, com o objetivo de reconhecer a GOL como empresa aérea nacional.
A nova lei do país reconhece as empresas aéreas com capital até 100% de investidores estrangeiros como companhias dominicanas. Na GOL, mais de 60% das ações pertencem ao fundo Volluto, que pertence a Constantino de Oliveira Junior e seus irmãos. A americana Delta é outra sócia do negócio, com quase 3% das ações. Ainda segundo o Valor, a GOL não pretende fazer investimentos adicionais para montar a nova empresa. A companhia planeja apenas transferir novos aviões encomendados para o mercado brasileiro para a República Dominicana.
4. Fast Travel:
A Gol iniciou mais uma fase do projeto Fast Travel. Desta vez o foco é o embarque. Para agilizar o processo, a empresa criou uma nova organização de fila que prevê uma entrada para o embarque prioritário (gestantes, idosos, pessoas com crianças de colo, clientes Smiles Ouro e Diamante) e outra para os demais clientes. Além disso, o projeto contempla o estudo de embarque por grupos de clientes, de acordo com a disposição dos assentos na aeronave.
“Todo o projeto Fast Travel tem o objetivo de melhorar o fluxo dos passageiros pelo aeroporto, desde o atendimento de check-in até o desembarque. Nesta fase, do embarque, nossa prioridade é agilizar a o atendimento e acomodação dos clientes no avião, o que, por consequência, diminui o tempo do processo e, principalmente, nos permite oferecer uma experiência de viagem ainda melhor”, destaca o diretor de Aeroportos da Gol, André Lima. Aumento do número de totens de autoatendimento e a possibilidade de realizar o processo direto pelo smartphone também fazem parte do projeto.
Ufa, e 2013 esta apenas começando!
Fonte: Panrotas, Aeronin e Valor Econômico, com edição de Fabio Romero.