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segunda-feira, 21 de julho de 2014

Aeroporto x cidade: a importância para o desenvolvimento

A Amazônia, com sua imensidão territorial, poderia ter no desenvolvimento hidroviária e aéreo uma dos pilares da sustentabilidade, porém antes desta discussão ambiental, ao longo da segunda metade do século XX, os militares brasileiros entenderam que as estradas eram as principais impulsionadoras do desenvolvimento regional e nacional. Esta política rasgou a floresta com milhares de quilômetros de estradas oficiais e outros milhares ilegais, provocando um deslocamento do perfil econômico - das margens dos rios para o interior da floresta, principalmente na porção sul e sudeste da floresta, onde estão localizados os estados do Pará, Acre e Rondônia; sem contar o desmatamento intenso ocorrido nas últimas décadas.

O avanço sobre a floresta ainda esta limitado a 20% do total, contudo milhões de pessoas ainda vivem no interior da floresta e em cidades grandes como Belém e Manaus, que somam juntas mais de 5 milhões de pessoas em suas regiões metropolitanas, sem contar adensamentos urbanos em capitais como Macapá, Porto Velho e Rio Branco; e polos interioranos como Santarém e Marabá. Conectar estas cidades por meio rodoviário ao restante do mundo é inviável econômica e ambientalmente. A última cheia na região deixou a rodovia que liga os estados do Acre e Rondônia submersa durante três meses, ou seja, construir novas estradas e manter as atuais é anti econômico em grande parte da Amazônia.

Mesmo assim milhões de pessoas ainda precisam se locomover, riquezas precisam ser transportadas e milhares de visitantes precisam chegar vindos do Brasil e do mundo. Neste cenário, o desenvolvimento hidroviário e aéreo da região deveriam estar na agenda do dia, contudo o que vemos ainda nas planilhas, principalmente, do Governo Federal, são planos mirabolantes que passam longe de atender as necessidades de transporte para a região.

Para os próximos 8 anos, mantidas as taxas atuais de crescimento, os aeroportos da região devem movimentar mais de 20 milhões de passageiros no modal aéreo, o equivalente a toda a população residente. Também para os próximos anos, nos deslocamentos de longa distância, o avião deve subir na preferência dos viajantes locais, tanto pela comodidade quanto pelo preço. Atualmente, por exemplo, uma viagem na rede numa embarcação regional na rota Belém - Santarém sai por cerca de 150 reais; a mesma viagem de avião sai até mais barato dependendo da antecedência da compra. A diferença esta na duração, enquanto de barco a viagem dura 2,5 dias; de avião pouco mais de uma hora.  

Neste contexto complexo, segue um artigo interessantíssimo sobre a importância dos aeroportos para as cidades ou seria das cidades para os aeroportos? (Disponível em veja.com)...

Terminal 3 do aeroporto de Dubai, atualmente o mais movimentado do mundo
Terminal 3 do aeroporto de Dubai, atualmente o mais movimentado do mundo
Em 2011, o americano John Kasarda, professor da Universidade da Carolina do Norte, lançou o livro Aerotropolis: The Way We’ll Live Next, sobre a crescente importância dos aeroportos nas cidades. Segundo ele, embora os aeroportos costumem contribuir para o desenvolvimento urbano, há casos em que ganham tamanha relevância que se tornam até mais importantes do que a cidade onde se localizam, deixando estas viverem a reboque da movimentação das aeronaves. Passados três anos da publicação da obra de Kasarda, sua tese está mais viva do que nunca. Metrópoles do mundo todo apostam na ampliação de terminais e de fluxo de passageiros como forma de aumentar seu papel no cenário mundial. Um bom exemplo é Dubai, descrito por Kasarda como “um aeroporto com um emirado anexado”, tendência que só acentuou-se.
Neste ano, o Aeroporto Internacional de Dubai inaugurou o suntuoso terminal 3, dedicado apenas à companhia aérea Emirates. Dali, pode-se embarcar no suntuoso Airbus A380, com portas no andar superior destinadas exclusivamente à primeira classe e à executiva. Em vez de poltronas, cabines garantem a privacidade dos passageiros, em suítes equipadas com cama e chuveiro — desbunde compatível com o luxo do terminal. O investimento de 4,5 bilhões de dólares permitiu a construção de 18,5 milhões de metros quadrados de área, tornando-o o maior terminal do planeta. Foi o impulso que faltava para alçar o Aeroporto Internacional de Dubai ao posto de mais movimentado do mundo, superando o de Heathrow, em Londres, que até o ano passado era o dono do título.
Banheiro com chuveiro da primeira classe do Airbus A380 da Emirates, companhia que tem uso exclusivo do novo terminal
Banheiro com chuveiro da primeira classe do Airbus A380 da Emirates, companhia que tem uso exclusivo do novo terminal
Além da Emirates, pertencente ao governo dos Emirados Árabes, operam no aeroporto 130 companhias internacionais que oferecem 6.000 voos para 260 destinos. Com exceção da Antártida, é possível ir para praticamente qualquer lugar. Por ano, passam pelas plataformas árabes 75 milhões de passageiros, número que em 2018 deve chegar a 90 milhões e em 2025, a 220 milhões.
De olho na importância que Dubai ganhou no cenário internacional graças ao seu aeroporto, a Turquia mira um alvo semelhante. Quer que seu Istanbul Grand Airport, que nem saiu do chão, receba 90 milhões de pessoas quando foi inaugurado, em 2018. Seu objetivo é receber 150 milhões de passageiros até 2020 e então ter a chance de superar Dubai como o mais movimentado do mundo. O terreno escolhido fica na costa do Mar Negro, a apenas 35 quilômetros de Istambul. O projeto arquitetônico grandioso prevê claraboias para a passagem de luz natural e é resultado de um consórcio entre três escritórios, dois ingleses (Haptic Architects e Grimshaw) e um norueguês (Nordic Office of Architecture).
Projeto do aeroporto de Istambul, que quer ganhar o título de mais movimentado do mundo na próxima década
Projeto do aeroporto de Istambul, que quer ganhar o título de mais movimentado do mundo na próxima década
Depois de ver seu Heathrow perder liderança entre as potências dos ares, Londres decidiu tirar da gaveta um projeto de 2008  tão megalomaníaco quanto os asiáticos. É o London Britannia Airport, com custo estimado em 47,3 bilhões de libras (cerca de 81 bilhões de dólares) e que prevê a criação de uma ilha artificial sobre o rio Thames dedicada apenas a abrigar o aeroporto — a ilha já foi apelidada de Boris Island, em referência ao prefeito de Londres e entusiasta do projeto, Boris Johnson. Só que para o Britannia funcionar nos grandiosos moldes propostos, Heathrow terá de ser desativado, o que divide a opinião de especialistas sobre a imensa despesa que a empreitada representa.
No Brasil, embora haja um esforço para modernizar os principais aeroportos do país, a distância entre eles e os mais bem acabados exemplos internacionais ainda é de muitas e muitas milhas.

Projeto do aeroporto Britannia, em Londres, que demanda a construção de uma ilha artificial no rio Thames














Projeto do aeroporto Britannia, em Londres, que demanda a construção de uma ilha artificial no rio Thames

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