As lideranças políticas na Amazônia, para utilizar um ditado da própria região, "parecem caranguejo, andam pra trás". As recentes declarações do prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, cuja a fortuna é estimada em 200 milhões de reais, mostram que muitos políticos da região pensam seus estados e municípios como feudos administrativos, nos quais eles são reis absolutos. O caso Amazonino, infelizmente, não é único. Recentemente, políticos de diversas cidades e estados foram pegos desviando dinheiro público, sem contar os inúmeros parentes empregados. Vejam o caso da cidade de Marabá (Pará) e do estado do Amapá. Detalhe, líderes políticos da região de Marabá buscam sua independência política do estado do Pará, que julgam "ser a melhor solução para o desenvolvimento da região". Creio que seja para melhorar o acesso ao dinheiro público, pois o estado do Amapá, bem menor que o desejado estado de Carajás, mostra que sem honestidade e lisura política, tanto faz ser grande ou pequeno, forte ou fraco, com corrupção a pobreza (de espírito, social e econômica) é a mesma.
Os feudos políticos estão por toda a parte, dois prefeitos da Região Metropolitana de Belém (municípios de Ananindeua e Belém, respectivamente, o 2º o 3º maiores da Amazônia), por exemplo, mal conseguem dialogar por questões relativamente simples: quem é responsável pelos serviços públicos nas ruas que dividem os dois municípios e unificar os sistemas de bilhetagem do transporte público urbano. Acreditem se quiser, numa região aonde vivem mais de 2 milhões de pessoas, cada município tem um sistema próprio de bilhetagem nos ônibus, ou seja, quem tem o passe em Ananideua não pode usar em Belém e vice-versa. O prefeito de Belém deve pensar "somos a capital, eles devem adotar nosso modelo", já o de Ananindeua "somos independentes deles". Cada um no seu feudo político, causando prejuízo a toda a coletividade.
Caros leitores, estou muito triste de ver os rumos políticos da nossa região. O Nordeste, aqui do lado, mostra que a união é que faz a força. Recentemente, estiveram num grande encontro político com a Presidente da República, pedindo mais investimentos e mostrando que unidos podem mais. Muitos vôos vindos da Europa, sejam regulares ou não, passam por até dois estados; nas feiras de turismo, sejam nacionais ou internacionais lá estão eles juntos de novo; dominam mais de 40% das vagas da Comissão de Turismo da Câmara, etc. Hoje, o nordestino, tem orgulho de sua região, viaja por ela e grita com todo o orgulho, sou do Nordeste.
Enquando pensarmos somente em nossas cidades e estados como feudos políticos, a Amazônia, grande por natureza, sempre vai parecer tão medíocre quanto o espírito das nossas lideranças políticas: pobre, sem visão de longo prazo, corrupta, precoceituosa com membros da sua própria região e indo na contramão dos acontecimentos - se separando em vez de se unir.
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