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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Belém, Mosqueiro e Mário de Andrade

Foto: Bliblioteca de Estudos Brasileiros da USP - Universidade de São Paulo

Mário de Andrade (1893 a 1945) foi poeta, romancista, crítico de arte e musicólogo modernista. Participou ativamente da Semana de Arte Moderna de 1922. Naquela época, provavelmente, o Turismo no Brasil não existia enquanto teoria, mas era praticado exaustivamente por "aventureiros" que desbravavam o interior do Brasil. Um destes aventureiros era Mário de Andrade, que na sua histórica viagem a Amazônia, em 1927, escreveu a seguinte carta a Manoel Bandeira sobre suas "sexuais" impressões sobre a região:  

Manu,
Estamos numa paradinha pra cortar canarana da margem pros bois de nossos jantares. Amanhã se chega em Manaus e não sei que mais coisas bonitas enxergarei por este mundo de águas. Porém me conquistar mesmo a ponto de ficar doendo no desejo, só Belém me conquistou assim. Meu único ideal de agora em diante é passar uns meses morando no Grande Hotel de Belém. O direito de sentar naquela terrace em frente das mangueiras tapando o teatro da Paz, sentar sem mais nada, chupitando um sorvete de cupuaçu, de açaí. Você que conhece mundo, conhece coisa milhor do que isso, Manu?(...) Belém eu desejo com dor, desejo como se deseja sexualmente, palavra. Não tenho medo de parecer anormal pra você, por isso que conto esta confissão esquisita mas verdadeira que faço de vida sexual e vida em Belém. Quero Belém como se quer um amor. É inconcebível o amor que Belém despertou em mim...
Um abraço do Mário.

Acima, uma fotografia de Mária de Andrade, em 1927, tomando banho na Ilha do Mosqueiro - praia do Chapéu-virado, no estuário do Rio Amazonas, a pouco mais de 70km do centro de Belém.

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