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domingo, 4 de dezembro de 2011

Divisão do Pará 1: por que tanta raiva?

Caros leitores, ainda não havia me manifestado por escrito sobre a possível divisão do nosso estado, o Pará. Durante estes próximos dias, postarei algumas questões relativas a este assunto, de forma a clarificar minha posição e a ilusão criada por puro oportunismo de alguns políticos nacionais. Quando as dicussões vieram a tona sobre a questão da divisão do Pará, lembrei-me de alguma situações que permeiam as populações que vivem na Amazônia: as rixas regionais. Belém x Macapá / Belém x Manaus / Belém x Santarém / Belém x Marabá.

Cheguei a presenciar cenas de extremo preconceito, uma raiva cultivada ao longo de décadas. Abaixo, seguem alguns comentários ouvidos: "Belém se acha, só porque é a capital" de uma pessoa em Marabá. "Belém sempre leva todo o investimento, por isso temos que dividir mesmo", de uma pessoa em Santarém. "Não sei o que alguém de Belém está fazendo aqui em Macapá, aqui existem pessoas capazes de ministrar este e qualquer outro curso", de uma pessoa em Macapá, enquanto iniciava um curso na cidade.

Em Belém, a palavra interior possui uma conotação um pouco preconceituosa, sem falar nas referências negativas contra maranhenses, estado conhecido como "exportador de pobres". De fato, muitos prefeitos do interior nordestino, além do Maranhão, custumavam fornecer passagens só de ida de suas cidades de origem para municípios do interior do Pará e do Amapá. Fato comprovado por relatos dos próprios "viajantes" e da recente eleição de José Sarney como senador pelo estado do Amapá. Afinal nos seus mais de 50 anos dedicados a política e ao "desenvolvimento" do Maranhão e, agora, do Amapá, é um político que tem muito a "contribuir" com nosso desenvolvimento. Por sinal, veio-me uma pergunta: o que o excelentíssimo senhor fez pelo Amapá?

No interior do Pará, muitos políticos estão cultivando uma raiva irracional contra os moradores da capital, que sem saber, estão levando a culpa pelo baixo desenvolvimento de algumas regiões do estado. Então resolvi buscar algumas informações e também questionar os senhores políticos interioranos, que vieram de Roraima, Minas Gerais, Tocantins, Goias, Maranhão, sem falar nos nascidos aqui mesmo que andam "muito preocupados" com suas populações locais, alegando que para melhorar a situação atual somente com aumento de gastos. Algumas perguntas me incomodam:

1. Se o problema é a falta de recursos, considerando que o nível de arrecadação está na casa dos 40% do PIB nacional, como a solução será impor a todos nós mais duas faturas, totalizando mais de 2 bilhões de reais anuais em custo de manutenção de máquinas administrativas?

2. O que os seguidos prefeitos do município de Parauapebas, o 8º mais rico do Brasil, com exportações na casa dos 3,8 bilhões de dóalres e com arrecadação municipal de 479 milhões de reais em 2011, fizeram com tanto dinheiro?

3. A refazer o mapa da Divisão do Pará, os políticos "preocupados" com a população local cometeram um dos maiores pecados capitais, a gula. Se o problema era a grandeza do Pará, porque eles não ficaram com a menor área? Aliás, a proposta de separação das regiões ficaria injusta até para o santarenos, pois quse toda a província mineral ficaria para Carajás? Volto a pergunta, se o problema era a grandeza do Pará, "ruim de administrar", por que os proponentes da idéia querem ficar com a maior parte? Seria a gula... que indigesto!

4. Em 2007, os maiores PIBs (Produto Interno Bruto) foram: Belém, Barcarena, Marabá, Parauapebas, Ananindeua, Tucuruí, Santarém, Castanhal, Paragominas, Canaã dos Carajás, contudo se levarmos em consideração as populações destas regiões, temos uma situação bastante peculiar. Os maiores PIBs Per Capita no mesmo ano foram: Barcarena, Canaã dos Carajás, Tucuruí, Parauapebas, Marabá, Almerim, Oriximiná, Benevides, Xinguara, Belém. Essa simples comparação mostra que temos municípios ricos, levando em consideração a sua população, por todas as regiões do Pará, mas uma pergunta me incomoda: caros gestores municipais, o que vocês fizeram com tanto dinheiro? O site Transparência Brasil (www.transparencia.org.br) tem algumas respostas: desvio de dinheiro, má gestão, fraude em licitações, etc;

Caros proponentes da Divisão do Pará, diante dos argumentos de assalto aos cofres públicos (do nosso dinheiro, do nosso suor diário por meio do trabalho) disfarçado de "preocupação com as populações locais", só tenho uma resposta: NÃO!

Aos nobres brasileiros que vieram ao Pará ganhar a vida, com certeza foi por que nas suas regiões de origem a coisa não estava muito boa, afinal se milhares de maranhenses, tocantinenses, mineiros, piauienses e demais brasileiros vieram até aqui e estão até hoje é porque valeu a pena. Caso achem ruim, bem... podemos procurar alguns prefeitos e pedir a passagem de volta, afinal se o Pará está tão ruim a sim, porque estão aqui, já pela propaganda dos separatistas, o Tocantins, Sergipe e Mato Grosso estão uma maravilha, pois são "pequenos" e "fáceis de administrar".

Desta forma, aos brasileiros que querem ajudar a construir um Pará e uma Amazônia mais unida e forte, com gestão competente, honesta, social e econômicamente sustentável sejam bem vindos, os recebemos de braços aberto. Aos interesseiros, corruptos, usurpadores e senhores feudais, por gentileza sigam pelo rumo da Belém Brasília e da Pará-Maranhão para seus destinos de origem. Queremos brasileiros e amazônidas para somar, não para dividir.

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