Muitas visitantes que vem a Amazônia se deparam com um curioso líquido amarelo encontrado em diversas feiras da cidade de Belém e Manaus, sobretudo no famoso Mercado do Ver-o-peso, em Belém, no Pará. Não se assustem! Trata-se apenas do Tucupi, uma espécie de caldo/suco extraído da raiz da mandioca brava. Será um tempero ou um molho, dependerá essencialmente do uso? Para sua extração, por meio do Tipiti (trançado feito de tala de madeira para que a massa de mandioca seja espremida) a raíz da mandioca é descascada e ralada, em seguida espremida no Titpiti. Depois de extraído, o caldo resultante fica em seprado por até 24 horas para a extração da goma (amido) que fica no fundo da vasilha utilizada para coleta do líquido, o Tucupi. Inicialmente venenoso devido à presença do ácido cianídrico, o líquido é cozido (processo que elimina o veneno), por horas, podendo, então, ser usado como molho na culinária, em delíciosos pratos da culinária tradicional e contemporânea. O amido (goma) é a base das tapiocas regionais, em mais de 110 variedades.
Índios utilizando o Tipiti para a extração do Tucupi.
Tacacá, um dos mais tradicionais pratos da culinária amazônica. A base do prato é a mandioca (tucupi e goma), além do camarão e do jambu regionais.
O tradicionalíssimo Pato-no-tucupi. Pato assado de forno e finalizado no Tucupi e jambu.
Tucupi vendido em garrafas no Ver-o-peso, além de compor o tradicional molho de pimenta regional.
Na culinária contemporânea, o Tucupi vai também na Caldeirada Paraense (com peixes como o filhote) e até compondo com massas. Uma delícia!
Nenhum comentário:
Postar um comentário